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Voltar Universidade Federal de Goiás recebe R$ 1 milhão para finalizar projeto de teste rápido para diagnóstico da covid-19

O dinheiro é oriundo de uma ação civil pública movida pelo Ministério Público do Trabalho em desfavor da Agência Goiânia de Infraestrutura e Transportes (Goinfra) e se refere a multas e indenizações por descumprimento de normas trabalhistas.

A Justiça do Trabalho da 18ª Região (GO) destinou R$ 1.022.000,00 para a Fundação de Apoio à Pesquisa (Funape) da Universidade Federal de Goiás. A verba será utilizada na finalização do projeto da UFG para o desenvolvimento de testes moleculares rápidos e de baixo custo para o diagnóstico da covid-19.

O dinheiro é oriundo de uma ação civil pública movida pelo Ministério Público do Trabalho em desfavor da Agência Goiânia de Infraestrutura e Transportes (Goinfra) e se refere a multas e indenizações por descumprimento de normas trabalhistas. O processo tramita na Justiça trabalhista desde o ano 2000 e se encontra em fase de execução.

No despacho que autorizou a transferência do dinheiro para a Funape, o Juízo Auxiliar da Execução ressaltou a urgência e a necessidade de direcionamento de recursos públicos, inclusive aqueles oriundos de depósitos judiciais, para o combate à pandemia do novo coronavírus. Também foi levado em consideração que o projeto vai beneficiar as comunidades do Estado de Goiás.

Testes de covid-19

 “O novo teste baseia-se no diagnóstico molecular mais rápido, sensível, específico, barato e capaz de detectar a presença do coronavírus já no primeiro dia de sintoma do paciente”, citou a procuradora Janilda Guimarães ao solicitar a destinação das verbas da ação civil pública para o projeto da UFG. Janilda Guimarães explicou que o projeto já tinha recebido R$ 300 mil oriundos de uma outra ação civil pública. No entanto, o valor não havia sido suficiente. Com os novos recursos, será possível a finalização do projeto e sua produção industrial em larga escala.

Conforme a proposta apresentada pelo Instituto de Química da UFG, a expectativa com o projeto é desenvolver kits inovadores para teste molecular rápido baseado na reação RT-LAMP, uma técnica de amplificação de DNA, assim como o PCR. O diferencial é que esse novo teste será feito de forma mais simples, barata e rápida, além de 10 mil vezes mais sensível para detectar o coronavírus do que o já conhecido RT-PCR.

De acordo com a professora Gabriela Rodrigues Duarte, do Instituto de Química da UFG, o objetivo é aumentar a testagem em massa na detecção da covid-19 com ferramentas mais precisas, sensíveis, de baixo custo e que diminuam a resposta falso-positivo e falso-negativo atrelados aos kits comerciais existentes. “A inovação da proposta baseia-se na possibilidade de se obter kits para diagnóstico rápido da covid-19 em pacientes em estágio inicial da doença utilizando diretamente amostras de saliva sem processamento prévio”, explicou. A expectativa é concluir a validação dos novos testes em dois meses a partir do recebimento dos recursos financeiros.

A testagem da população é um dos métodos preconizados pela Organização Mundial da Saúde como forma de balizar as políticas públicas para a prevenção e combate da doença. Por detectar a presença do RNA do vírus desde o início, os novos testes de covid-19, que serão produzidos pela UFG, vão permitir um tratamento adequado rapidamente e o isolamento do paciente, de modo a conter a transmissão do vírus.

Além da Funape, a mesma ação civil pública destinou R$ 40 mil para o Centro de Apoio a Carentes Silvestre Linares e R$ 5.200,00 para o Centro de Formação, Assessoria, Pesquisa em Juventude Cajueiro, para a implementação do Projeto CONVIDA – Periferias conectadas pela vida. Também foi beneficiado, com R$ 510 mil, o Fórum Goiano de Inclusão no Mercado de Trabalho das Pessoas com Deficiência e dos Reabilitados pelo INSS, para o Projeto Rede Solidária. Este último projeto vai beneficiar 2 mil pessoas com deficiência e 600 famílias de seis comunidades quilombolas do Estado de Goiás.

Desde o início da pandemia, o TRT em parceria com o Ministério Público do Trabalho já destinou quase R$ 8 milhões para as ações de combate ao coronavírus.

Fonte: TRT da 18ª Região (GO)

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