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Voltar Congresso de assessores recebe jornalistas renomados

 

IX Congresso Brasileiro dos Assessores de Comunicação da Justiça ocorreu na semana passada
 
14/10/2013 - Após um dia de profundas reflexões sobre o papel da comunicação no judiciário contemporâneo, o segundo e último dia do IX Congresso Brasileiro dos Assessores de Comunicação da Justiça (Conbrascom) foi marcado por apresentações de renomados jornalistas e plenárias entre os participantes. Os trabalhos do dia foram abertos pela assessora da Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Silvana de Freitas, ex-correspondente da Folha de São Paulo, que abordou a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) junto à mídia no julgamento da Ação Penal 470 (Caso Mensalão). Em seguida, o jornalista Roberto Cabrini, ganhador de diversos prêmios por reportagens de denúncias, marcou a programação da manhã com uma exposição sobre jornalismo investigativo em órgãos públicos.
 
Sobre o ''Mensalão'', a assessora de comunicação à época do início do julgamento, Silvana de Freitas, explicou que os ministros sabiam da repercussão do caso, e que era importante a transparência na divulgação do julgamento. ''Mesmo sabendo de alguns riscos na exposição dos ministros, deixamos que a imprensa fizesse suas matérias, ao menos à frente do Supremo, para que não houvesse interferência no trabalho da Casa'', disse, alegando que o STF não podia impedir que cada veículo divulgasse o julgamento. Como estratégia de suporte aos jornalistas externos, a Comunicação do STF providenciou credenciais para a imprensa e o fornecimento de informações sobre todas as fases do processo. ''É importante esse apoio aos colegas para que as notícias saiam de forma correta. Apesar de não termos controle sobre isso, fizemos tudo para que houvesse a compreensão exata do caso por eles'', afirmou.
 
Jornalismo investigativo
Já o jornalista Roberto Cabrini destacou em sua palestra a importância dos assessores junto ao trabalho da impressa externa, e como a comunicação pode transformar o Judiciário em algo acessível à sociedade. ''É essencial respondermos para a população por meio das reportagens quais são os seus direitos e deveres como cidadãos'', ressaltou. Cabrini é conhecido por reportagens como a denúncia de venda de crianças para países europeus, a localização da fraudadora da história do INSS Jorgina Fernandes, além de ter obtido declarações de religiosos que confirmaram a existência de pedofilia nas igrejas, gerando uma forte crise no Vaticano.
 
Roberto Cabrini também falou da importância da atuação do Ministério Público (MP) na produção de suas matérias, como colaboradores, até no fornecimento de autorizações para que a equipe ingressasse em determinados locais. ''Precisamos do apoio das instituições para que o trabalho do jornalista investigativo ocorra. Graças ao MP entramos no antigo Hospital Psiquiátrico Santa Cruz, no estado de São Paulo, onde testemunhamos as maiores atrocidades, que acarretaram não apenas na interdição do hospital, mas também em mudanças que afetaram todo o país''.
 
Todos os dias, o repórter recebe uma média de 10 denúncias. ''Cada jornalista deve ser uma janela para a realidade, pois o jornalismo só tem sentido quando serve à população, pois somos servidores no cumprimento dos direitos básicos da população''. O jornalista concluiu destacando que o jornalista não é um inimigo do Judiciário, mas sim um colaborador para que as instituições se tornem mais acessíveis  ao cidadão. ''Outro dia um taxista me perguntou o que são embargos infringentes, o que me deixou muito feliz'', concluiu.
 
Plenárias/Prêmio
À tarde o Conbrascom realizou uma plenária entre os participantes da qual sairá a ''Carta de São Paulo'', documento que deverá ser endereçada aos presidentes dos tribunais, CNJ e Conselho Superior da Justiça do Trabalho. O resultado do Prêmio Comunicação e Justiça será anunciado logo mais à noite, no encerramento oficial do Congresso. O TRT BA é um dos finalistas na categoria ''Reportagem de TV'' com o documentário sobre trabalho infantil.
 
Fonte: TRT 5 (BA)

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