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Voltar CSJT institui Política de Integridade da Justiça do Trabalho

A política vai se materializar em Planos de Integridade, documento que contém um conjunto de medidas que terão prazo para serem implementadas.

Foto com zoom nas balanças da estatua da Justiça

Os TRTs têm 180 dias para entregar seus respectivos planos de integridade.

6/12/2023 - Na última sessão do Conselho Superior da Justiça do Trabalho em 2023, o órgão aprovou a proposta de instituição da Política de Integridade da Justiça do Trabalho de primeiro e segundo graus. A Resolução CSJT 373/2023 refere-se à adesão de valores, princípios e normas éticas comuns para sustentar e priorizar o interesse público sobre os interesses privados no setor público.

A política segue as recomendações de boas práticas, que servem de orientação para a atuação de países membros e aliados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico  (OCDE), além de normativo do Conselho Nacional de Justiça (Resolução CNJ 410/2021), que prevê normas gerais e diretrizes para a instituição de sistemas de integridade no âmbito do Poder Judiciário.

OCDE

Com o objetivo de contribuir para o debate, a OCDE, organismo internacional que congrega 38 países membros e que discute a adesão do Brasil, publicou, em 2 de maio de 2018, as “Recomendações do Conselho da OCDE sobre Integridade Pública”. O documento lista uma série de medidas que, embora não sejam vinculantes, contam com o acompanhamento constante do secretariado da entidade, como forma de acompanhar seu desenvolvimento e implementação em países membros e aliados da organização.

As recomendações conectam diretamente a integridade ao combate à corrupção, o qual afirma ser uma das questões mais corrosivas do nosso tempo, pois perpetua a desigualdade e a pobreza, impactando o bem-estar e a distribuição da renda, prejudicando oportunidades para participar igualmente na vida social, econômica e política. Outras recomendações tratam do fortalecimento dos sistemas de controle com foco em resultados e promoção da integridade no setor público.

Integridade Pública

De acordo com o presidente do Tribunal Superior do Trabalho e do CSJT, ministro Lelio Bentes Corrêa, os órgãos públicos em geral, em especial os que integram o Poder Judiciário, têm o dever de entregar à sociedade serviço de qualidade, seguindo padrões de honestidade e de moralidade. “É nesse contexto que surge o conceito de integridade pública, o qual se refere à adesão de valores, princípios e normas éticas comuns para sustentar e priorizar o interesse público sobre os interesses privados no setor público”, disse.

Segundo o ministro, a orientação atualizada sobre a integridade pública se revela pedra angular do sistema geral de boa governança e deve, portanto, promover a coerência com outros elementos chave da governança pública. “Os riscos de integridade existem nas várias interações entre o setor público e o setor privado, a sociedade civil e os indivíduos, em todas as etapas do processo político e de políticas”, disse. “Assim, essa interconectividade requer uma abordagem integrativa de toda a sociedade para aumentar a integridade pública e reduzir a corrupção no setor público”, completou.

Governança

De acordo com a servidora da Secretaria de Governança e Gestão Estratégica do CSJT Ana Luisa Amorim Ribeiro, que coordenou o Grupo de Trabalho que instituiu a Política de Integridade da Justiça do Trabalho, o documento é um instrumento de governança na condução de uma justiça mais ética, moral e inclusiva. 

"Falar de integridade não significa apenas agir conforme a lei para prevenir atos de corrupção. Ela compreende também a preservação de valores éticos, o aprimoramento do fluxo de informação e dos canais de denúncias, a mitigação de riscos, a capacitação e comunicação de todas as partes interessadas e a promoção da transparência das ações”, disse. “O principal benefício desta política é conduzir todos: magistradas e magistrados; servidoras e servidores; colaboradoras e colaboradores e partes interessadas a cumprir a missão principal da Justiça do Trabalho de forma honesta, igualitária e íntegra”, completou.

Plano de Integridade

A servidora também explica que, na prática, a política vai se materializar com o Plano de Integridade, documento que contém um conjunto de medidas que terão prazo para serem implementadas, com a finalidade de desenvolver uma gestão capaz de prevenir, detectar e remediar as ocorrências de quebra de integridade.

O plano deve ser entregue por todos os Tribunais Regionais até o segundo semestre de 2024.

(Nathalia Valente/AJ)

Rodapé Responsável DCCSJT