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Voltar Servidores do TRT-RJ aprendem técnicas de restauração de documentos

 

A parceria do Tribunal Superior do Trabalho (TST) com o Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região para realização da mostra itinerante "CLT 70 anos", em cartaz no Centro Cultural do TRT/RJ desde 9/9, está rendendo frutos. Representantes da Coordenadoria de Gestão Documental e Memória do TST, que vieram ao Rio de Janeiro organizar a mostra, estão oferecendo uma oficina sobre técnicas de higienização e restauração de documentos para um grupo de oito servidores do Tribunal fluminense.

As aulas, ministradas por Juscelino Martins de Sousa, da equipe do TST, acontecem até esta sexta-feira (13/9), na Escola de Administração e Capacitação de Servidores (Esacs), na Glória. Nos encontros, funcionários da Coordenadoria de Gestão de Acervos Arquivísticos (CGAA), da Divisão de Gestão de Documentos (Diged), da Divisão de Pesquisa e Publicação (Dipep), da Seção de Gestão de Memorial (Secmei) e da Biblioteca do TRT/RJ, são apresentados conhecimentos teóricos sobre o tema, além de realizarem atividades práticas de restauro com o uso de papel especial japonês, dentre outros materiais.

A oficina ocorre num momento oportuno, uma vez que o TRT/RJ está empenhado em resgatar e preservar sua memória. Neste ano, por exemplo, foi instituída a Comissão de Estudos para o Resgate e Preservação da Memória do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região.

"A ideia do curso surgiu durante a primeira viagem da mostra itinerante, ao TRT da 16ª Região (Maranhão), em julho. Verificamos que havia documentos antigos expostos de modo inadequado. Na ocasião, o Juscelino improvisou uma oficina e orientou os servidores do Regional, que ficaram muito interessados", explica Rosemary de Almeida, curadora da exposição.

Depois de fazer um curso de três meses no Laboratório de Restauro do Supremo Tribunal Federal (STF), Juscelino se tornou um multiplicador de conhecimentos a respeito da preservação de documentos. No Tribunal Superior do Trabalho, a necessidade de investir no restauro de peças históricas surgiu devido ao estado do acervo do antigo Conselho Nacional do Trabalho (CNT), predecessor do TST. "Tínhamos mais de mil processos do CNT, muitos deles se deteriorando", lembra Juscelino, para quem a restauração é um processo quase artesanal.

De acordo com Rosemary, a montagem de um laboratório de restauro e a manutenção de uma equipe especializada demandam muitos recursos financeiros. "Por isso, o curso ensina a fazer higienização e restauração preventivas. Quando chega um processo novo ao arquivo, o profissional deve fazer a higienização, com a retirada de clipes, grampos, cola, fitas adesivas e marcações de papel, ou seja, qualquer material ácido ou ferroso. Depois, aplica-se o papel especial, de pH neutro, que funciona como uma proteção", detalha.

Pela primeira vez participando de um curso de restauração, Daniela Palhares, chefe substituta da Diged, afirma que, com os conhecimentos adquiridos na oficina, terá condições de restaurar um documento com avaria, em situação emergencial. "Quem sabe se, numa próxima exposição, não teremos condições de apresentar uma restauração feita por esta equipe?".

Já Edna Mendes, da Secmei, havia participado de um curso de restauração no Arquivo Nacional, com duração de seis meses. Ela diz acreditar que a oficina oferecida pelo TST representa a cultura que se vem desenvolvendo, no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e nos Tribunais Superiores, de preservar a história do Poder Judiciário. "Atualmente, na Secmei, uma equipe de estagiários está catalogando processos. A partir daí, poderemos avaliar se a peça é histórica, além de oferecer um banco de dados a pesquisadores", ressalta.

O objetivo da equipe da Coordenadoria de Gestão Documental e Memória do Tribunal Superior do Trabalho (TST) é que a oficina se torne um evento fixo paralelo à mostra itinerante, que seguirá, em breve, para os Tribunais da 24ª (Mato Grosso do Sul), 10ª (Distrito Federal e Tocantins) e 9ª (Paraná) Regiões.

Fonte: TRT-RJ

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