Notícias

TRT-BA é destaque em prêmio do CNJ por projeto de bibliotecas antirracistas

Iniciativa rendeu menção honrosa em premiação que reconhece ações pela equidade racial no Judiciário.

Iniciativa rendeu menção honrosa em premiação que reconhece ações pela equidade racial no Judiciário.

7/10/2025 - O Tribunal Regional do Trabalho da Bahia (TRT-BA) recebeu menção honrosa na 2ª edição do Prêmio de Equidade Racial do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), cujo resultado foi anunciado no último dia 26 de setembro. A distinção foi concedida na categoria Boas Práticas, pelo reconhecimento do projeto “Bibliotecas Infantis Sankofa – Espaços de literatura infantil antirracista”, que tem o objetivo de implantar em escolas públicas da Bahia ambientes lúdicos de leitura com acervo afrocentrado, indígena e acessível.

Segundo a juíza Viviane Martins, coordenadora do Programa de Combate ao Trabalho Infantil e de Estímulo à Aprendizagem do TRT-BA, o projeto reflete o compromisso do Tribunal com a promoção da equidade racial e o enfrentamento das desigualdades desde a infância. “A iniciativa nasceu de uma parceria entre o TRT e a Amatra5, e busca fortalecer práticas de ensino antirracistas, com acervos de literatura afrocentrada e materiais que valorizam a identidade das crianças negras, indígenas e quilombolas. É um projeto que merece o apoio de todas as instituições comprometidas com uma educação mais justa e inclusiva”, destacou.

A primeira Biblioteca Sankofa foi inaugurada em 2024, beneficiando 160 alunos da Escola Municipal Neuza Menezes Barreto, em Camaçari, com apoio da Amatra5 e da Divisão de Sustentabilidade, Acessibilidade e Inclusão do TRT-BA. A iniciativa promove a valorização da identidade e da história da população negra, indígena e quilombola, estimulando a leitura e o aprendizado em uma perspectiva antirracista e inclusiva. O projeto reforça o papel da educação na redução das desigualdades sociais e na prevenção do trabalho infantil.

No TRT-BA, no âmbito da Justiça do Trabalho, o Programa Equidade de Raça, Gênero e Diversidade é representado pelas juízas Nadva Nascimento da Cruz, titular, e Dilza Crispina Maciel Santos, suplente.

Sobre o prêmio

Criado pela Resolução CNJ 519/2023 e vinculado ao Pacto Nacional do Judiciário pela Equidade Racial (links externos), o Prêmio de Equidade Racial busca valorizar ações inovadoras e sustentáveis de enfrentamento ao racismo e de promoção da diversidade no âmbito da Justiça brasileira. Nesta edição, 89 tribunais de todo o país participaram.

Para a juíza do TRT-BA Manuela Hermes, gestora regional do Pacto Nacional do Judiciário pela Equidade Racial e integrante do Fórum Nacional do Poder Judiciário para a Equidade Racial (Fonaer), ambos do CNJ, a menção honrosa reforça o compromisso do Tribunal com a agenda de inclusão. “A equidade racial, inclusive em sua dimensão interseccional, é essencial e constitui pressuposto para a concretização da justiça social e de um Poder Judiciário que reflita a pluralidade da sociedade brasileira, devendo ser adotada como cultura institucional.”

Tribunais vencedores

Na categoria Boas Práticas, o primeiro lugar foi conquistado pelo Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro (TRT-RJ), com a prática “Nomeação do Prédio Esperança Garcia: Reparação Histórica e Compromisso com a Equidade Racial”. O segundo lugar ficou empatado entre o Tribunal de Justiça do Estado do Piauí (TJPI), com o “Programa de Equidade Racial do Poder Judiciário do Piauí”, e o Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul (TRT-RS), com a prática “Percursos, Vivências e Memórias de servidores e magistrados negros e negras do TRT-4”. Já o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) conquistou a terceira colocação, com o “Programa de Cultivo da Memória”. Neste categoria, além do TRT-BA, também recebeu menção honrosa o Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO).

Na categoria Desempenho, o primeiro lugar foi dividido entre o Tribunal de Justiça do Estado do Amapá (TJAP) e o Tribunal Regional Eleitoral do Amapá (TRE-AP). O segundo lugar ficou com o Tribunal de Justiça do Estado de Roraima (TJRR), enquanto o Superior Tribunal Militar (STM) foi o terceiro colocado. Menções honrosas também foram concedidas ao Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), ao Tribunal Regional do Trabalho de Rondônia e Acre (TRT-RO/AC) e ao Tribunal Regional Eleitoral de Rondônia (TRE-RO), pela melhora percentual na pontuação do Indicador de Desempenho na Promoção da Equidade Racial (Iper) entre a primeira e a segunda edição da premiação.

Representatividade no TRT-BA

O levantamento mais recente mostra que, dos 204 magistrados do TRT-5, 69 se autodeclaram negros, o que corresponde a 33,82% do total. Entre os 26 desembargadores, sete são negros, representando 26,92%. Esses dados evidenciam que, embora o Tribunal tenha um índice significativo de magistrados negros em sua composição, ainda há desafios para alcançar maior representatividade nos cargos de cúpula.

Como funciona a avaliação

Segundo a juíza do TRT-BA Manuela Hermes, a avaliação das práticas é realizada a partir das informações cadastradas no site do Conselho. Na categoria Boas Práticas, concorrem os projetos registrados pelos tribunais. Já na categoria Desempenho, a análise é feita com base no Indicador de Desempenho na Promoção da Equidade Racial (Iper), que considera critérios como: representatividade de pessoas negras entre magistrados, servidores e cargos de chefia; participação em comitês, comissões e eventos institucionais; realização de campanhas, capacitações e ações de sensibilização; existência de canais de denúncia de racismo institucional; e programas de incentivo à capacitação de pessoas negras para ingresso na magistratura, entre outros pontos.

Confira as planilhas de avaliação de cada critério do IPER. A planilha de consolidação das pontuações (linkx externos) também está disponível para consulta.

Importância do prêmio

Para o presidente do Fórum Nacional do Poder Judiciário para a Equidade Racial (Fonaer), o conselheiro João Paulo Schoucair, a premiação reforça o compromisso no enfrentamento das desigualdades históricas. “Cada edição do Prêmio de Equidade Racial simboliza o esforço contínuo do Judiciário em qualificar seu olhar sobre a questão racial, promovendo mudanças concretas que aproximam a Justiça de uma sociedade verdadeiramente plural e inclusiva”, avalia.

 

Fonte: TRT da 5ª Região

 


Rodapé Responsável DCCSJT


Conteúdo de Responsabilidade da SECOM/TST
Secretaria de Comunicação Social do TST
Email: secom@tst.jus.br  
Telefone: (61) 3043-4907