TRT-BA recebe doação do machado de Xangô, símbolo da Justiça e da ancestralidade afro-brasileira - CSJT2
A obra, esculpida em madeira pelo artista plástico Daniel Melo e protegida por uma redoma de vidro, foi doada pela Casa Ilê Axé Oxumarê, um dos terreiros mais tradicionais da Bahia, com a intermediação da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Bahia.

3/11/2025 - O Tribunal Regional do Trabalho da Bahia (TRT-BA) recebeu, na tarde da última quarta-feira (29), a doação do Oxê, o machado de Xangô, símbolo da Justiça nas religiões de matriz africana. O ato foi realizado no hall da Torre 1 do novo Fórum 2 de Julho, na Paralela, e marcou um momento de reconhecimento à força da ancestralidade e ao diálogo entre fé, cultura e justiça social.
A obra, esculpida em madeira pelo artista plástico Daniel Melo e protegida por uma redoma de vidro, foi doada pela Casa Ilê Axé Oxumarê, um dos terreiros mais tradicionais da Bahia, com a intermediação da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Bahia. O machado será incorporado ao acervo simbólico do Tribunal, em exposição permanente e acessível ao público.
Durante a solenidade, o presidente do TRT-BA, desembargador Jéferson Muricy, destacou que o gesto carrega profundo significado social e histórico. “Este é um ato de afirmação e de compromisso. Um compromisso da Justiça e de todos nós com a construção de uma sociedade livre da discriminação e da exclusão, de todas as formas de opressão — inclusive daquela que se manifesta na invisibilização da contribuição e da história do povo negro. Receber o machado de Xangô é reconhecer essa força ancestral e reafirmar que a Justiça do Trabalho está atenta à necessidade de promover igualdade e dignidade”, afirmou o presidente.
A secretária-geral da OAB-BA, Clélia Costa dos Santos, ressaltou a importância de ocupar espaços institucionais com símbolos que dialoguem com a pluralidade e a memória do povo baiano: “Não há equidade se o povo negro não ocupar lugar de poder. Quando um de nós chega, todos chegam, porque ainda há muito a ser corrigido neste país para que possamos falar, de fato, em liberdade e em uma Constituição plenamente vigente”.
O Babá Peçê, Babalorixá da Casa Ilê Axé Oxumarê, lembrou que o Oxê não é apenas um objeto sagrado, mas um instrumento simbólico que evoca equilíbrio e retidão. Para ele, o machado de Xangô representa a Justiça e a nossa fé. "Que este Oxê traga, para dentro deste Tribunal, a energia de quem luta todos os dias pela verdade e pela harmonia. Este mérito não é apenas da Casa de Oxumarê, mas de todo o povo de santo, que vê aqui o reconhecimento de uma história de resistência e de paz”, disse, emocionado.
O evento contou ainda com a presença de magistrados, servidores, representantes da OAB-BA e de instituições do sistema de Justiça, além de autoridades religiosas e civis.
Fonte: TRT da 5ª Região
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